Arte românica é o estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como "românico".
O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa.
Foi o primeiro estilo, depois da queda do Império Romano, a apresentar características comuns em várias regiões, localizadas em amplitudes geográficas tão diversas.
Nas palavras de Matthew Johnson, "a maneira mais simples de se caracterizar o românico é entender que ele representa a Igreja sob assédio, a Igreja Militante. As igrejas românicas, escuras e com paredes grossas, representam uma espécie de fortaleza, uma fortaleza contra os inimigos da cristandade ocidental no início da Idade Média — os vikings, os muçulmanos, os lombardos e os saxões. [...] Foi uma resposta para o mundo do início da Idade Média e uma luta para reconstituir a civilização em meio ao caos pós-romano. [...] O românico representa a habilidade de muitas personalidades poderosas atuantes no seio da internacionalmente respeitada instituição da Igreja de Roma para revitalizar o comércio, a moeda, a literatura, e do próprio Império para proteger esse esforço em face de violenta oposição vinda de todos os cantos, passando pelos vikings e os hunos até os muçulmanos em Espanha.
A arte românica é essencialmente figurativa, mas o naturalismo é quase de todo ausente.
É um tipo de arte onde se adota uma abordagem principalmente simbólica para a representação, onde o conteúdo do significado assume claramente a primazia sobre a representação imitativa da natureza.
São muito comuns os elementos baseados em formas geometrizadas ou esquemáticas e relações matemáticas associadas com significados transcendentes.
Havia, como noutros períodos e tipos de arte, uma percepção do Belo, mas ela estava direcionada principalmente para a beleza moral e espiritual. Neste contexto, os monstros e seres fantásticos, tão presentes na arte românica — os quais se acreditava serem reais — incluindo dentro do recinto sagrado das igrejas e mosteiros. Eram em primeiro lugar manifestações do maravilhoso e do surpreendente na obra divina da Criação, mas acima de tudo também alegorias de vícios e virtudes apresentados como contrastes necessários para o realce do Belo e do Bem.
Apesar das incertezas que subsistem na compreensão da arte deste período, ela foi sem dúvida um meio eficiente de educar o povo inculto. O seu simbolismo fazia questão de se constituir numa linguagem acessível a todos, e a sua expressividade — acentuada pelas cores vivas, contrastantes e anti-natura tão apreciadas na época- amplificava o impacto emocional sobre o público e remetia o observador para o mundo sobrenatural.
A pedra foi empregue na construção e o telhado de madeira foi trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma igreja que representa a "fortaleza de Deus".
Construções sólidas, paredes grossas, com contrafortes ao estilo de fortificações, com recurso a ameias; janelas pequenas, produzindo interiores escuros; uso de arcos redondos ou abóbadas perfeitas (também designadas abóbadas de berço); uso de plantas derivadas do modelo da basílica de origem romana, geralmente com três naves (central e duas laterais mais estreitas).
Os edifícios são desenhadas com uma nova lógica uma nova ordem, ritmo e clareza, sujeitando todos os elementos a um único princípio norteador e estruturante.
Os conjuntos eclesiásticos seguem, geralmente, a planta basilical, com uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço.
As janelas são pequenas porque as paredes servem como estrutura e suportam todo o peso do teto.
Haverá grande decoração, externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura parietal nas ábsides e abóbadas das naves.
É neste período românico que surgem as igrejas de peregrinação.
Ficavam no caminho para locais sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e Jerusalém.
Mantinham hospedarias que serviam de apoio e para repouso dos peregrinos.
Estas construções acabam por fomentar o crescimento de importantes cidades em seu redor.
Essas igrejas deviam ser amplas o bastante para receber a massa de peregrinos. Seguiam a planta em forma de cruz latina, com um transepto grande e uma nave longa, geralmente subdividida numa nave central e em duas às vezes três, ou mesmo quatro naves laterais, que se prolongavam e passavam por detrás da ábside, formando o deambulatório. Do deambulatório saíam as capelas radiantes, ou absidíolas. Este esquema estrutural favorecia a circulação dos fiéis no interior segundo um roteiro programado.