Rafa e os Oceanos
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  1.         – Ou são fantasmas ou entramos em algum portal do tempo, só pode! – disse a Carolina. – Se for um portal do tempo, e estivermos mesmo no século XV ou XVI, não sei como o Kiko nos vai encontrar…

            – Não te preocupes, ele arranja sempre maneira – descansou-a o Rafa.

            – Miúdos, vinde cá. Apreciai! Olhai que lindo está o pôr do sol – disse-lhes o Vasco da Gama, olhando para o horizonte. – E já vistes este mar imenso? O Oceano Atlântico é o segundo maior do mundo e é muito rico em peixe. Existem robalos, douradas, cavalas, sardinhas, pescadas, atuns… Este oceano de águas frias e profundas é o que contém maior variedade de bom peixe. Mas bom, é chegada a hora de recolhermos aos nossos aposentos. Amigos, descansai, que amanhã chegaremos à Índia. Boa noite – despediu-se o Vasco da Gama.

            – Já viste como ele fala de uma forma estranha? – sussurrou a Carolina.

            – Hihihihi – riu-se baixinho o Rafa, enquanto se dirigiam ambos para o camarote que lhes fora destinado. – Deveria ser assim naquele tempo – concluiu o Rafa.

            Aquelas naus eram fantasmas históricos e eram mágicas. Por isso, enquanto dormiam, as naus voavam a grande velocidade sobre o mar. No dia seguinte, quando acordaram, estavam já no Cabo das Tormentas. O Vasco da Gama mostrou-lhes como navegavam em mares tumultuosos como aquele e, a meio da travessia, encontrou o Bartolomeu Dias, que cantarolava muito feliz:

           – Tormentoso, mas porquê, se a tormenta já lá vai? Agora é o cabo da Boa Esperança…