MAR MEDONHO
Hoje temo o mar imenso, o mar enorme,
Enraivecido, assustador e turbulento.
Com suas grandes vagas, nunca dorme,
Parece em desafio com o vento.
Com um som e um ruído tenebroso
Arremessa-se sobre a areia em desatino.
Amedronta-me este ondular tão poderoso
Com seu rosnar feroz caindo a pino.
Quanta vez o mar engole esfomeado
Quem nele confia e a ele se entrega,
Buscando encontrá-lo como amigo
E é ali rudemente atraiçoado!...
Esse mar medonho tudo nega,
Como um túmulo já muitos tem consigo.